Diminuição da flacidez, reforço nos contornos, aumento da resistência, melhora na textura da pele. Essas são as promessas que os bioestimuladores de colágeno oferecem para pacientes nas clínicas dermatológicas do Brasil. Feitos de substâncias variadas, eles agem nas camadas profundas da pele e podem ser aplicadas em diversas regiões do corpo e do rosto.
“Bioestimuladores são substâncias que, quando injetadas abaixo da pele, promovem uma reação inflamatória controlada que estimula os fibroblastos a produzirem colágeno”, explica o dermatologista Bruno Lages, da Clínica Otávio Macedo, em São Paulo. “Na prática, observamos que quanto mais o paciente trata com bioestimulador de colágeno, mais firme a pele fica e menos preenchimento se faz necessário para o rejuvenescimento”, afirma. As principais substâncias disponíveis no mercado são a hidroxiapatita de cálcio e o ácido poli-L-lático. “Antes de ser usado na dermatologia, essa substância era usada na odontologia e em cirurgias de reconstrução”, diz a dermatologista Maria Bussade, de São Paulo.
De acordo com o fabricante, o colágeno começa a se formar um mês após a aplicação e esse processo pode durar de nove meses a um ano. Quanto mais jovem a pele, melhor o resultado. Na prática, explica o Dr. Bruno Lages, o que acontece é que os bioestimuladores aumentam a espessura da pele. Como esse aumento é temporário, os médicos costumam recomendar uma manutenção anual. Ao contrário da toxina botulínica, a substância não gera resistência no corpo humano.
Para escrever esta matéria, testei a hidroxiapatita de cálcio, comercializada sob o nome Radiesse, no rosto. E aqui conto o passo a passo:
A aplicação
Vi um dia no Instagram um vídeo de como a substância é aplicada no rosto dos paciente e é bastante aflitivo. Ao aplicar a injeção, o médico precisa fazer alguns movimentos para que o material se espalhe — com a agulha ainda dentro da pele da pessoa. A imagem é um pouco desconfortável, mas, quando você é quem recebe a injeção, não sente nem percebe essa movimentação. Até porque, uma pomada anestésica é usada antes do procedimento. Recebi alguns furinhos na têmpora, seguidos de uma vigorosa massagem no rosto feita pelo próprio médico. Assim que me olhei no espelho, já senti um leve inchaço onde havia substância, o que, honestamente, me fez duvidar da demora do corpo em criar colágeno. A aplicação não durou mais do que 15 minutos.
Os dias pós-aplicação
Nos dias que se seguiram, não percebi muita alteração na textura da pele. O que eu senti foi uma leve dor nas têmporas e uma sensibilidade exacerbada nessa região. Um pequeno hematoma se formou no lugar de uma das aplicações. A pele permaneceu sensível por alguns dias.
As semanas pós-aplicação
Umas cinco ou seis semanas após o procedimento, as mudanças eram visíveis. A pele do rosto ficou mais resistente, o contorno mais delimitado e as bolsas que tenho debaixo dos olhos e o bigode chinês foram suavizados. Nas fotos, percebia meu rosto com mais volume, o que é especialmente interessante para mim, já que seu formato é mais comprido e ovalado. Lá pela décima semana, a recuperação da saúde da pele era muito evidente. Deixei de usar base durante o dia a dia, algo que estava fazendo com frequência para uniformizar a textura. Também notei que a luminosidade melhorou nas reuniões pelo Zoom. Definitivamente, minha pele ficou mais forte e saudável no período.
Artigo original: Vogue – Bioestimulador de colágeno: o que é e como funciona