Passaram-se 3.500 anos e a imagem de Nefertite, com seus traços retos e afilados, permanece incrivelmente bela até hoje. O que mais atrai na deusa egípcia? O pescoço alongado, arqueado, liso, símbolo de força e sensualidade. Existe até uma técnica de lifting, batizada com seu nome.
Nos últimos anos, o fascínio pelo pescoço dos sonhos só aumentou, com cirurgiões plásticos e dermatologistas correndo atrás das melhores alternativas. Sim, elas existem, contrariando o senso comum de que, contra um pescoço flácido e envelhecido, só mesmo recorrendo à cirurgia.
Por volta dos 40 anos, ele começa a “cair”. Embora as linhas horizontais sejam em grande parte genéticas, podem ser exacerbadas por hábitos, como o texting neck, posição de olhar fixamente para dispositivos. Há ainda os efeitos da perda rápida de peso, excesso de sol e, claro, a passagem do tempo. “À medida que a pele fica mais fina com redução de colágeno e a musculatura superficial do pescoço tem seu tônus reduzido com a idade, vincos que existiam quando ele era jovem e firme começam a se revelar de uma maneira mais evidente”, explica a dermatologista Carla Pecora, de São Paulo, speaker da Merz Aesthetics.
Ela é pioneira de uma técnica inovadora e recém-chegada aos consultórios para rejuvenescimento do pescoço. Até então, o que havia de mais eficaz contra a frouxidão no platisma, o músculo que vai da mandíbula à clavícula, para além da cirurgia, eram lasers microfocados, como o Ultherapy, e as toxinas botulínicas. “O duo funciona bem, mas para uma região difícil de tratar, a associação de diversas terapias potencializa e otimiza os resultados”.
Carla passou a adotar um ataque tríplice do qual ainda vamos ouvir falar muito e que é uma tendência da dermatologia moderna: a dos tratamentos combinados em um único procedimento. No caso do pescoço, em uma única injeção. “As alterações do envelhecimento na face inferior, pescoço e decote são complexas, envolvem pele, tecido subcutâneo, SMAS e músculos. A região, portanto, requer uma abordagem multifatorial e combinada”, explica Carla. “Em uma única aplicação usamos a hidroxilapatita de cálcio diluída (Radiesse), que melhora a firmeza e reduz rugas; a toxina botulínica (Xeomin), que define o contorno da mandíbula; e o preenchedor (Belotero Balance), que corrige as linhas horizontais marcadas e melhora a pele”, diz.
Um ataque rápido e certeiro, visível após 15 dias, descoberto graças ao faro científico de médicos que usam o dia a dia dos consultórios para avaliar resultados e propor novas técnicas de combate, ainda que com velhos conhecidos da medicina. Ainda há muito por vir.
Artigo original – Harper’s Bazaar – Conheça a nova técnica que combate pescoço flácido e envelhecido