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Preta Gil, Thais Fersoza e Mica Rocha compartilham sobre autocuidado e autoconfiança na primeira edição do Merz Meetz

A cantora se reuniu com a empresária Mica Rocha e a apresentadora Thais Fersoza nesta quinta-feira (20), em São Paulo, para abordar confiança e autoestima. As três abordaram ainda relação com redes sociais, procedimentos estéticos e hate na internet
Mica Rocha, Thais Fersoza, Giovana Pacini e Preta Gil (Foto: Merz Aesthetics/Divulgação)

A cantora Preta Gil, a empresária Mica Rocha e a apresentadora Thais Fersoza participaram de um encontro em São Paulo nesta quinta-feira (20) para abordar a autoestima e autoconfiança. As três foram as primeiras convidadas da série de eventos Merz Meet, organizados pela empresa Merz Aesthetics, que trarão diversos nomes para se aprofundar em autocuidado e na valorização às várias belezas existentes. A conversa foi mediada por Giovana Pacini, CEO da Merz Aesthetics Brasil.

O impacto que a internet tem na construção da confiança e autoestima foi um dos temas levantados pelas convidadas. Preta lembrou que a primeira vez que recebeu ataques na web foi ao lançar seu primeiro álbum musical, ‘Prêt-à Porter’, em 2003.

“Eu era a pessoa mais desprovida de qualquer tipo de nóia comigo mesma. Era muito bem resolvida. E aí quando eu lancei meu primeiro álbum, eu fiz uma capa nua e me expus. Acabei virando alvo de muitos preconceitos. Hoje eu entendo que aquelas pessoas estavam sendo gordofóbicas, racistas, misóginas, uma série de coisas que, na época, a gente não dava nome”, conta a cantora.

Preta conta que foi muito afetada pelos comentários. “Comprei todas aquelas críticas a mim, ao meu corpo e a minha personalidade. Por um instante me pedi. Comecei a acreditar que não era boa”, lembra. Foi depois dessa experiência que ela passou a criar um processo de entender a si mesma e as próprias vulnerabilidades.

A cantora também compartilhou que demorou muito tempo para conseguir criar uma relação saudável a ponto de compartilhar fotos do próprio corpo nas redes sociais. “Quando eu postei a minha primeira foto de biquíni na internet, eu postei e saí correndo de desespero.  Eu falava: ‘Como vou achar isso bonito?’. Eu olhava para o espelho e já tinha uma relação melhor, mas com a opinião da internet era um outro processo. Fui normalizando meu corpo, aprendendo a gostar dele”.

Preta relata que, até hoje, recebe diversos ataques gordofóbicos nas redes sociais. “O corpo gordo não estava exposto. Estava em casa, trancado, normalmente sendo zoado pelas amigas, sofrendo bullying para que ele emagrecesse, se enquadrasse”.

Ao longo desse processo, ela conta que aprendeu a respeitar os haters. Ao menos uma vez por semana, ela tira um tempo para responder alguns comentários maldosos: “Eu vejo uma mulher que escreve para mim: ‘Que nojo, você deveria ter vergonha’. Eu vou lá, mando oi e ela não acredita que eu respondi. Você vê carência, que a pessoa não tem como se gostar. Ninguém disse para ela que ela é bonita, ela não consegue se enxergar. Ela tem nojo dela e se acha feia. Entendi que essas pessoas precisam de amor”.

Mica Rocha conta que o humor foi uma parte muito importante do seu processo de autoconfiança porque a ajudava a romper com a pressão pela perfeição. Conhecida pelo conteúdo alto astral na internet, ela se lembra que foram as reações negativas que recebeu em seu primeiro vídeo engraçado que a ajudou a seguir em frente e ser quem ela é hoje.

“A primeira vez que fui tentar ser engraçada na internet, levei muita paulada”, lembra. Ela conta que estava gravando um programa de viagens e chegou cansada no hotel depois de várias horas de trabalho. Foi quando teve vontade de criar sketches de humor para o Instagram.

Ela recebeu críticas como: “‘você acha que é engraçada?’, ‘Você é péssima’, ‘Não dei risada’. Foi horrível. Aí olhei para aquilo e falei: ‘Gente, eu me diverti. Eu tô ótima’”. Mesmo assim, ela seguiu determinada a continuar criando os vídeos. “A gente tem que encarar com humor. Não é rindo de tudo, mas é a gente ter aquele bom humor que traz a gente para cima”.

Já Thais Fersoza afirma que gosta de ser muito aberta com os seguidores do Instagram e mostrar uma rotina real, em que nem sempre está arrumada, maquiada ou mesmo satisfeita com o próprio corpo. Ela conta que sentiu a necessidade de contar para os seguidores quando realizou alguns procedimentos estéticos.

Thais conta que sempre teve medo de se submeter aos procedimentos. Ela acreditava que eles mudariam sua essência, fazendo-a ficar “com a cara igual a de todo mundo”. Até que sentiu essa necessidade com o passar do tempo, ao perceber que estava insatisfeita com algumas características que o corpo foi ganhando.

Ao procurar pelas médicas que a acompanhariam, Thais foi tranquilizada. “Elas me disseram que eu não perderia minha essência, minha naturalidade, que ao olhar no espelho eu ia continuar me reconhecendo”.

A apresentadora continua a afirmar que se sentiu mais bonita quando se viu bem resolvida com o próprio corpo. “Isso transparece uma beleza diferente, natural, genuína”, pensa. Ela acredita ainda que fatores externos também influenciam sua autoconfiança. “Venho buscando cada vez mais um novo caminho. Me reinventei e fui alinhando uma confiança de me sentir empoderada, de ter essa liberdade de sair da zona de conforto e ir buscando novas coisas que me interessavam, novos caminhos”.

“Isso foi me dando força. Me senti mais bonita. Quando me encontrei com a minha verdade, eu me empoderei para fazer as coisas que eu acreditava que eram melhores para mim naquele momento. Vejo isso como uma grande beleza. Eu olhava no espelho e me sentia mais bonita, porque estava mais segura e confiante”.

Artigo original – Revista Marie Claire – Preta Gil: ‘Quando postei a minha primeira foto de biquíni na internet, saí correndo